XIX Encontro Nacional da APEM 2025
Da Canção ao Cantar: Ouvir, Fazer e Criar

Sócio APEM: 30€ (necessário fazer login no site da APEM e ter as quotas atualizadas)
Não Sócio: 60€ (para se tornar sócio APEM, clique aqui)
Ação de Formação de curta duração (6h) reconhecida e certificada pelo CFAPEM para os grupos 100, 110, 150, 250, 610 e todos os grupos M, de acordo com os artigos 6ºd), 7º n.2 e 8ºb) do RJFC - Dec.- Lei n.º22/2014 de 11 de fevereiro.
Inscrições abertas a partir de 2 de setembro de 2024
Sócio APEM (necessário fazer login no site da APEM e ter as quotas atualizadas)
Presencial e online: 40€
Presencial: 30€
Online: 15€
Não Sócio (para se tornar sócio APEM, clique aqui)
Presencial e online: 80€
Presencial: 60€
Online: 30€
Ação de Formação de curta duração (6h) reconhecida e certificada pelo CFAPEM para os grupos 100, 110, 150, 250, 610 e todos os grupos M, de acordo com os artigos 6ºd), 7º n.2 e 8ºb) do RJFC - Dec.- Lei n.º22/2014 de 11 de fevereiro.
Inscrições abertas a partir de 2 de setembro de 2024
Em 2025, celebramos uma década de vida do projeto Cantar Mais, uma plataforma que se afirmou como referência na disponibilização de repertório musical de qualidade para contextos educativos. No seu cerne, encontra-se a convicção de que a canção — enquanto forma musical completa, acessível e envolvente — é um instrumento poderoso de aprendizagem, expressão e criação musical para crianças e jovens.
O XIX Encontro Nacional da APEM, sob o lema “Da canção ao cantar: ouvir, fazer e criar”, propõe-se refletir, aprofundar e celebrar o papel da canção no desenvolvimento musical e humano. Cantar é mais do que reproduzir sons — é partilhar significados, emocionar-se, construir identidades e participar ativamente numa cultura comum. Neste Encontro, queremos reforçar a ideia de que a experiência do cantar, vivida de forma coletiva, crítica e criativa, constitui um caminho privilegiado para desenvolver competências musicais, sensibilidade estética e consciência cultural.
Partimos de duas premissas fundamentais: por um lado, a importância de um repertório adequadamente concebido, cujas melodias se adaptem à tessitura vocal das crianças e apresentem características melódicas e rítmicas ajustadas ao seu estádio de desenvolvimento; por outro, o desafio maior de refletir sobre o que entendemos por qualidade estético-musical numa canção para a infância — uma questão intrinsecamente subjetiva e contextual, mas que exige critérios conscientes e fundamentados. Esses critérios cruzam elementos musicais (melodia, harmonia, ritmo, instrumentação), líricos (clareza, adequação vocabular, riqueza poética e temática), pedagógicos e emocionais.
Através da plataforma Cantar Mais, estas dimensões têm sido trabalhadas com o propósito de disponibilizar canções que sejam cantáveis, significativas e esteticamente relevantes. Ao longo destes dez anos, o Cantar Mais tornou-se espaço de encontro entre compositores, educadores, músicos e crianças, promovendo o diálogo entre tradição e inovação, repertório popular e criação original. O XIX Encontro da APEM será, por isso, um momento de celebração, mas também de escuta atenta, prática partilhada e reflexão crítica sobre o futuro da canção e do cantar no ensino da música.
Manuela Encarnação
Presidente da Direção da APEM
Comunicações online
Oradora convidada
CRISTINA BRITO DA CRUZ
CRISTINA BRITO DA CRUZ

Começou a lecionar aos 17 anos na Academia Luísa Todi (1977) e nos anos 80 na Academia de Amadores de Música e na Escola de Música do Conservatório Nacional. Leciona formação musical e pedagogia na Escola Superior de Música de Lisboa, desde 1992, e tem assumido coordenações e presidências de órgãos de governo da escola. Tem o Curso Superior de Piano (CN), licenciatura em Direção Coral e Formação Musical (ESML) e em Engenharia (IST), Diploma em Pedagogia Musical (Kodály Institute, Hungria) e Mestrado em Etnomusicologia (UNL). Tem colaborado nas áreas de formação de professores e de investigação com instituições do ensino superior (UNL, UA, UCP-Porto, ESMAE, ESART, ESE de Lisboa, Porto, Bragança e Coimbra), com escolas de música e outras instituições portuguesas (FCG, APEM, CNC, MMP, DRC Açores, Governo Regional da Madeira e centros de formação). Tem orientado workshops em Portugal, Espanha, Bélgica, Hungria e Cabo-Verde, e participou em projetos da Yehudi Menuhin Foundation (Bruxelas) e da Association Europeénne des Conservatoires (Utrecht) em 15 países europeus. É membro da Direção da Associação Yehudi Menuhin Portugal, que fundou com Helena Vaz da Silva, e Diretora do Centro Kodály de Portugal cuja criação propôs, com Manuela Encarnação, à APEM. Em 2017 foi agraciada com a Cruz de Mérito de Ouro da Hungria. Os artigos que publicou no âmbito da Educação Musical estão disponíveis no repositório institucional do IPL e a dissertação Artur Santos e a Etnomusicologia em Portugal (2001, inédita) no RUN da UNL. Escreveu ainda entradas no âmbito da Etnomusicologia para a Enciclopédia Açoriana e para a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX.
Conferência | Universos musicais: é tempo de agir, sempre foi
O Spotify organizou os seus 70 milhões de gravações em 5 mil géneros (estatísticas de 2023). Pedagogos marcantes na formação de professores de Expressão, Educação, Iniciação e Formação Musical em Portugal, selecionaram repertórios “didáticos”, de música tradicional e de música “erudita”, sublinharam a importância da improvisação e, no final do século XX, das aprendizagens através de todos os géneros musicais. Décadas depois a inclusão de variedade de géneros continua a ser um desafio: 1. Que repertório selecionar? 2. Porquê e com que objetivo(s)? 3. Quando e onde? 4. Como? 5. Quem decide?
Há falta de informação sobre o que se faz de bom, e como, onde e para quem se faz, com que apoios e colaborações, visibilidade, creditações, saídas profissionais... Há muito por aprender.
Comunicações
ANDRÉ ROQUE CARDOSO
ANDRÉ ROQUE CARDOSO

Licenciado em Ensino da Música (piano) pela Universidade de Aveiro e pós-graduado pela École Normale de Musique de Paris com o “Diplôme d’Exécution”, o “Diplôme Supérieur d’Exécution”, o “Diplôme Supérieur de Concertiste” e o “Certificat de Perfectionnement”. Além de docente de piano, apresenta -se em festivais a solo, com orquestra, em formações de música de câmara e ministra regularmente masterclasses. Enquanto investigador, dedica-se ao repertório pianístico português para a mão esquerda e frequenta o programa doutoral da Universidade de Aveiro (Performance). Neste contexto, foi editor de partituras publicadas pela AvA musical Editions; apresentou a estreia mundial de peças portuguesas para a mão esquerda; e lançou o CD Adestro.
Entre o impossível e o idiomático: o repertório pianístico para a mão esquerda, em Portugal.
Surgido no início do século XIX, o repertório para a mão esquerda transitou de estudos técnicos para ambientes concertistas nas décadas de 1840 e 1850; revitalizado por adversidades, consolidou-se em movimentos de resiliência pessoal e artística, transformando limitações físicas em recursos expressivos. Em Portugal, esta tipologia pianística remonta ao século XIX e ressurgiu no século XXI, identificando-se até ao momento vinte e seis obras, com parte substancial expressamente concebida para fins didáticos. A comunicação aborda as especificidades performativas e as razões contextuais para a criação destas obras, procurando não só preservar um segmento da herança musical portuguesa, mas também instigar compositores, intérpretes e educadores a explorar e expandir as fronteiras da música para piano.
CATARINA COSTA E SILVA
CATARINA COSTA E SILVA

Formada em dança (curso vocacional) pelo Ginasiano, licenciada em Canto pela ESMAE_PPorto e profissionalizada nos grupos de recrutamento M26 e D09 (U.Aberta), é professora no ensino artístico especializado de dança desde 1994, lecionando Música, História da Dança, História da Cultura e das Artes, Expressões. É coautora das Aprendizagens Essenciais das disciplinas de Música e História da Cultura e das Artes do CAE de Dança. Foi docente de História da Música/História da Cultura e das Artes em diferentes instituições de ensino artístico especializado e ensino profissional de música. Formadora acreditada, ministra regularmente formações a formadores em diferentes escolas, assim como associações (APEM, Wuytack, AMAL). Leciona Danças Antigas no Curso de Música Antiga da ESMAE_PPorto desde 2008. É presidente da Portingaloise – Associação Cultural e Artística e investigadora colaboradora do CECH da Universidade de Coimbra. Doutoranda de Estudos Artísticos, é bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia desde fevereiro de 2022.
Quando o diálogo é escuta: a análise musical como meio de comunicação
Catarina Costa e Silva
Pedro Miguel Santos
A propósito das Suites e Partitas de J.S. Bach (1685-1750) promoveu-se o contacto entre estudantes dos cursos secundários de dança e de música e, concretizou-se um projeto interdisciplinar. Partindo da análise e da contextualização do repertório, comumente consideradas pelas Aprendizagens Essenciais das disciplinas de Música do Curso Artístico Especializado de Dança e de Análise e Técnicas de Composição do Curso Artístico Especializado de Música, os alunos desenvolveram pontos de diálogo para um objetivo comum: interpretar/criar este repertório em conjunto. Este projeto teve o repertório como ponto de partida, mas também como ponto de chegada, pois a propósito do seu estudo se produziu novo repertório (nomeadamente, a criação de solos coreográficos) e se atualizou a sua natureza coreomusical intrínseca.
DIANA MOREIRA
DIANA MOREIRA

Natural de Vale de Cambra, inicia os seus estudos musicais com 7 anos em Flauta Transversal na Academia de Música de Vale de Cambra. Prossegue para o Conservatório de Música da Jobra, atual ART’J, onde termina com mérito e cotação máxima no seu Projeto de Aptidão Profissional Repertório Português dos Séculos XX e XXI para Flauta – Obras de Alexandre Delgado, Eurico Carrapatoso, Ricardo Matosinhos e Sérgio Azevedo. No Ensino Superior, completa o ciclo de estudos de Licenciatura em Execução, variante Flauta Transversal na Escola Superior de Música de Lisboa entre 2018 e 2021. Complementando a sua formação, concluiu o primeiro ano da licenciatura de História de Arte na NOVA Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, no ano de 2019/2020. Conta também com formações no âmbito do restauro de arte, especificamente de escultura e pintura. Atualmente frequenta o Mestrado em Ensino de Música especialização em Ciências Musicais (M28 e M30) na Universidade do Minho. Realiza trabalho em diversas vertentes de Música, sendo professora de Educação Musical, Musicoterapia e Instrumento, colaborando regularmente com a Orquestra dos Brinquedos de Lisboa, no âmbito de concertos participados para o público juvenil. Atualmente é bolseira do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) integrando o projeto em curso intitulado Percursos do músico-intelectual na primeira metade do século XX em Portugal. Os Thomaz de Lima.
Diversidade cultural em contexto educativo: canções e danças populares angolanas de Hermínio Nascimento (1890-1972) e Eurico Thomaz de Lima (1908-1989)
Diana Moreira
Elisa Lessa
A simbiose resultante da música tradicional e erudita nos Países Africanos de Expressão Portuguesa,como o cruzamento de géneros e interdisciplinaridade entre as criações musicais são objeto de estudo nesta comunicação que defende uma perspetiva de cultura e identidade na formação musical dos jovens. Paralelamente discutem-se ainda como solidariedade e respeito pelo outro estão intimamente relacionados com a identidade e troca de valores e cultura. A produção de conteúdos e respetivas atividades pedagógicas a partir de Doze Canções da Lunda de Hermínio Nascimento (1870-1972) e Danças Negras, Danças de Angola para piano de Eurico Thomaz de Lima (1908-1989), constituem exemplos práticos de abordagens multiculturais e interdisciplinares no ensino da música.
ELISA LESSA
ELISA LESSA

Professora Associada na Universidade do Minho. É autora de inúmeras publicações nos campos da Musicologia Histórica e Ensino Musical. De 2004 a 2007 foi diretora da Revista de Educação Musical e Presidente da Associação Portuguesa de Educação Musical (APEM). Atualmente é coordenadora do Grupo de Investigação Em Estudos Artísticos (GiArtes) do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) e investigadora responsável do projeto Percursos do músico- intelectual na primeira metade do século XX em Portugal. Os Thomaz de Lima.
Diversidade cultural em contexto educativo: canções e danças populares angolanas de Hermínio Nascimento (1890-1972) e Eurico Thomaz de Lima (1908-1989)
Diana Moreira
Elisa Lessa
A simbiose resultante da música tradicional e erudita nos Países Africanos de Expressão Portuguesa,como o cruzamento de géneros e interdisciplinaridade entre as criações musicais são objeto de estudo nesta comunicação que defende uma perspetiva de cultura e identidade na formação musical dos jovens. Paralelamente discutem-se ainda como solidariedade e respeito pelo outro estão intimamente relacionados com a identidade e troca de valores e cultura. A produção de conteúdos e respetivas atividades pedagógicas a partir de Doze Canções da Lunda de Hermínio Nascimento (1870-1972) e Danças Negras, Danças de Angola para piano de Eurico Thomaz de Lima (1908-1989), constituem exemplos práticos de abordagens multiculturais e interdisciplinares no ensino da música.
Obras para a Infância de Eurico Thomaz de Lima (1908-1989): um repertório de excelência na aprendizagem musical. O exemplo de Chula do Douro (1948)
Inês Tavares
Elisa Lessa
Eurico Thomaz de Lima (1908-1989), foi pianista, compositor e pedagogo. As suas obras dedicadas às crianças possuem um valor estético e pedagógico inegável. Esta comunicação discute a fruição e prática musical na aula de formação musical, -partindo do seu repertório para a infância, em particular, Chula do Douro (1948) para piano a quatro mãos, publicada em 2002 pela APEM na separata da Revista de Educação Musical n.º 113-114. No projeto didático propõe-se (.) Uma compreensão da obra musical e do seu contexto histórico, social e cultural; (.) uma cultura de aprendizagem interdisciplinar; (.) um ensino centrado no estudante; (.) a compreensão do funcionamento de uma estrutura, de um estilo, de um código musical (.) a aquisição de destrezas de execução.
GERSON NASCIMENTO
GERSON NASCIMENTO

Professor Assistente Convidado do Departamento de Artes da Escola Superior de Educação de Bragança, lecionando na Licenciatura em Música em Contextos Comunitários, na Licenciatura em Educação Social, na Licenciatura em Animação e Produção Artística, e ainda no Mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico. Doutorando em Estudos da Criança na área Educação Musical da especialidade de Educação Artística na Universidade do Minho. Realizou o Mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico pelo Instituto Politécnico de Bragança. É investigador no Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC) da Universidade do Minho, e tem como áreas de interesse a formação de professores de Educação Musical, as práticas e didáticas pedagógicas e as políticas educativas do ensino da música para crianças e jovens. É membro da Associação Portuguesa de Educação Musical (APEM) e da International Society of Music Education (ISME).
O repertório nos programas da disciplina de Educação Musical do 2º Ciclo do Ensino Básico nas escolas do ensino geral em Portugal desde 1968: o que nos dizem as recomendações oficiais
Gerson Nascimento
Maria Helena Vieira
A introdução da disciplina de Educação Musical no sistema educativo português em 1968 representou uma mudança essencial nos objetivos da aprendizagem musical nas escolas do ensino geral. O abandono de uma perspetiva utilitária (que a disciplina de “Canto Coral” centrava em ideais políticos e de propaganda) a favor de uma visão construtivista da literacia musical constituiu a marca da mudança nas vésperas da revolução de Abril. Desde então foram publicados mais três programas curriculares (em 1979, em 1991 e 2018) nos quais é possível identificar alterações que refletem mudanças socioculturais e pedagógicas. Ao nível do repertório recomendado observa-se, entre outras mudanças, que Portugal foi acompanhando as tendências internacionais de focalização na aprendizagem das crianças e no perfil multicultural das escolas.
INÊS TAVARES
INÊS TAVARES

Concluiu em 2020 concluiu a Licenciatura em Música, especialização em Ciências Musicais, com o Projeto de Musicologia "Práticas de sociabilidade nos finais do século XIX e princípios do século XX: a música nos cafés da praia na Póvoa de Varzim". Em 2023 terminou o Mestrado em Ensino de Música (Ciências Musicais), com a defesa da dissertação "A Audição Musical como estratégia didática nas disciplinas de História da Cultura e das Artes e de Formação Musical no Ensino Especializado de Música. O seu percurso académico tem sido marcado pela participação ativa em conferências, quer na apresentação de comunicações, quer nas comissões organizadoras de jornadas pedagógicas. Atualmente é doutoranda em Ciências da Cultura na Universidade do Minho, sob orientação da Professora Doutora Elisa Lessa. A sua tese debruça-se sobre o conjunto epistolográfico do compositor Eurico Thomaz de Lima (1908-1989).
Obras para a Infância de Eurico Thomaz de Lima (1908-1989): um repertório de excelência na aprendizagem musical. O exemplo de Chula do Douro (1948)
Inês Tavares
Elisa Lessa
Eurico Thomaz de Lima (1908-1989), foi pianista, compositor e pedagogo. As suas obras dedicadas às crianças possuem um valor estético e pedagógico inegável. Esta comunicação discute a fruição e prática musical na aula de formação musical, -partindo do seu repertório para a infância, em particular, Chula do Douro (1948) para piano a quatro mãos, publicada em 2002 pela APEM na separata da Revista de Educação Musical n.º 113-114. No projeto didático propõe-se (.) Uma compreensão da obra musical e do seu contexto histórico, social e cultural; (.) uma cultura de aprendizagem interdisciplinar; (.) um ensino centrado no estudante; (.) a compreensão do funcionamento de uma estrutura, de um estilo, de um código musical (.) a aquisição de destrezas de execução.
JOAQUIM BRANCO
JOAQUIM BRANCO

Professor de Formação Auditiva na Universidade de Aveiro e na Escola Profissional de Música de Espinho. Com base nas premissas da música improvisada tem criado e participado em inúmeros eventos, entre os formatos de aula, performance e workshop. Colaborou regularmente com a Companhia de Música Teatral em projetos de Música na Infância e integrou o Serviço Educativo da Casa da Música, “factor E”. É criador de software didático no âmbito da Formação Musical, na plataforma Max/MSP/Jitter, e outras. Muito crítico das práticas convencionais no ensino da Música e, especificamente, na disciplina de Formação Musical, tem realizado formação neste âmbito, em escolas, centros de formação e instituições artísticas, promovendo e incentivando uma nova abordagem da disciplina. Acredita nos poderes transformador, comunitário e de comunicação transcendente da Música, e procura integrar esses poderes no contexto de sala de aula, em particular, e no conceito de ensino de música, em geral.
Aprender MÚSICA com músicas
Esta apresentação propõe-se demonstrar algumas possibilidades de abordagem do ensino da música, concretamente no âmbito das disciplinas de Formação Musical/Auditiva, assente no recurso a exemplos do repertório musical.
As seguintes premissas sustentam a convicção de este ser um caminho seguro:
- Motivação: a escolha de repertório, enquanto responsabilidade partilhada, é promotora do entusiasmo e da partilha.
- Realismo: os materiais de uma música são naturalmente ancorados em atributos de identificação concreta, que implicam respostas emocionais concretas.
- Transferência: o estudo de uma característica peculiar de uma música determinada, promove o desenvolvimento da compreensão daquela característica em músicas diferentes, em estilos diferentes.
- Criatividade: Assimilados os elementos de uma música particular, lança-se a pergunta: o que podemos nós fazer com isto? Podemos compor, improvisar, (re)partilhar.
LUÍSA BARRIGA
LUÍSA BARRIGA

Nasceu em Lisboa e estudou Canto e Piano na Academia de Música de Santa Cecília de Lisboa com a Cantora Soprano Elsa Saque. Prosseguiu para a Licenciatura em Canto na Escola Superior de Música de Lisboa onde estudou com Helena Pina Manique e Luís Madureira. Finalizou Mestrados em Performance com António Salgado e em Ensino da Música na Universidade de Aveiro. Realizou masterclasses com Gundula Janowitz, Manuel Cid, Enza Ferrari, Dalton Balwin e Lorraine Nubar, Marc Tardue e Paulo Ferreira. Foi membro do Coro Gulbenkian e Estúdio de Ópera/Casa da Música (1999-2006) em óperas, recitais de música de câmara e concertos com orquestra. Participou em diversos concertos no âmbito de Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura e em recitais nos Festivais de Música de Aveiro, Caminha, Coimbra, Caldas da Rainha, Paços de Brandão, Viana do Castelo e Faro. Canta regularmente como Membro do Coro Casa da Música. Estreou várias obras de compositores portugueses e estrangeiros, tendo gravado para a RTP, Antena 2, Porto Canal e participou na gravação dos CDS “A Música de Junqueiro” e na ópera “Philomela” de James Dillon. Foi narradora em diversas obras portuguesas contemporâneas e estrangeiras. Foi premiada no Concurso de Canto Luiza Todi e no Concurso de Interpretação do Estoril. Foi docente do Conservatório de Música do Porto e atualmente leciona canto e coro no PALLCO (Porto), Conservatório de Guimarães e Escola de Música de Perosinho onde colabora em diversas iniciativas artísticas.
Aferição do Repertório de Canto - Reflexões sobre o ensino do canto em Portugal
Esta comunicação nasce da tese de mestrado com o título Aferição do Repertório de Canto, relacionada com as questões de seleção de repertório no ensino secundário em Portugal. Baseia-se no cruzamento da literatura disponível sobre sistematização de obras de canto, criação de ferramenta como complemento à atribuição de repertório, competências e objetivos mencionados nos programas curriculares; dos resultados de entrevistas a docentes de Conservatórios Nacionais e Estrangeiros; e na comparação dos programas curriculares de canto nacionais e estrangeiros. Existe o cuidado generalizado de adequação do repertório à idade e maturidade vocal do aluno, mas alguns professores têm em conta os fatores motivacionais relacionados com as preferências musicais dos alunos que cada vez mais têm um papel predominante na evolução vocal.
MARGARIDA GALVÃO
MARGARIDA GALVÃO

Docente de Flauta Transversal do ensino artístico especializado da música, leciona desde a iniciação ao secundário no Agrupamento de Escolas da Bemposta, em Portimão. Enquanto flautista, integra diversos ensembles e orquestras, apresentando-se regularmente em contextos camerísticos. Iniciou os seus estudos musicais aos nove anos com o seu pai e professor Joaquim Pedro Galvão. Ingressou mais tarde na ESART em Castelo Branco, onde estudou na classe das professoras Katharine Rawdon e Stephanie Wagner e concluiu a licenciatura, sendo distinguida com o Prémio de Mérito Escolar. No decorrer do seu percurso académico teve a oportunidade de estrear mundialmente duas obras no festival Monaco Electroacoustique, desenvolvidas no âmbito do FEME - Forward Electroacoustic Music Ensemble. Com o mesmo ensemble, foi apresentado o Projeto “New Musical Vision”, vencedor na categoria de música do Concurso Nacional Jovens Criadores 2017. Concluiu o Mestrado em Ensino de Música – Flauta no ISEIT de Almada, onde estudou com Natália Monteiro e realizou o projeto de investigação subordinado ao tema “A influência da música contemporânea no ensino básico de flauta transversal”. Na sua tese explorou o estado da arte do repertório contemporâneo contemplado nos programas de flauta transversal do 1º ao 5º grau, em Portugal e noutros países.
A influência da música contemporânea no ensino básico de flauta transversal
A presente comunicação tem por objetivo divulgar as conclusões obtidas no projeto de investigação da tese “A influência da música contemporânea no ensino básico de flauta transversal”. Através desta investigação foi possível aferir os constrangimentos e sugestões de implantação da música contemporânea enquanto material pedagógico no ensino básico de flauta transversal, bem como averiguar o estado da arte quanto à presença desse repertório nos programas nacionais de ensino artístico especializado da música. Pretendeu-se ainda diagnosticar a problemática da música contemporânea no ensino em Portugal e produzir um contributo para a divulgação deste repertório, procurando interpretar o contexto atual no sentido de promover a integração de obras e técnicas contemporâneas na prática pedagógica dirigida a alunos principiantes de flauta transversal.
MARIA HELENA VIEIRA
MARIA HELENA VIEIRA

Professora Associada da área de Educação Musical no Instituto de Educação da Universidade do Minho e Membro Integrado do Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC). É membro da Comissão Directiva do Programa de Doutoramento em Estudos da Criança como coordenadora da Especialidade de Educação Artística (Música, Drama e Artes Visuais). Faz parte da comissão científica e editorial de diversas revistas internacionais. Tem desenvolvido a sua carreira de ensino, investigação e orientação de alunos nacionais e internacionais de mestrado e doutoramento nas áreas da Educação Musical, Currículo, Políticas Educativas do Ensino da Música, e sobre o papel do Ensino Instrumental nos ramos especializado e genérico. As suas publicações incluem vários livros, capítulos, e numerosos artigos em revistas e actas de congressos nacionais e internacionais. É membro da Associação Portuguesa de Educação Musical (APEM) e da International Society of Music Education (ISME).
O repertório nos programas da disciplina de Educação Musical do 2º Ciclo do Ensino Básico nas escolas do ensino geral em Portugal desde 1968: o que nos dizem as recomendações oficiais
Gerson Nascimento
Maria Helena Vieira
A introdução da disciplina de Educação Musical no sistema educativo português em 1968 representou uma mudança essencial nos objetivos da aprendizagem musical nas escolas do ensino geral. O abandono de uma perspetiva utilitária (que a disciplina de “Canto Coral” centrava em ideais políticos e de propaganda) a favor de uma visão construtivista da literacia musical constituiu a marca da mudança nas vésperas da revolução de Abril. Desde então foram publicados mais três programas curriculares (em 1979, em 1991 e 2018) nos quais é possível identificar alterações que refletem mudanças socioculturais e pedagógicas. Ao nível do repertório recomendado observa-se, entre outras mudanças, que Portugal foi acompanhando as tendências internacionais de focalização na aprendizagem das crianças e no perfil multicultural das escolas.
MÁRIO MONIZ
MÁRIO MONIZ

Licenciado em Ciências Musicais e mestre em Práticas Culturais para Municípios pela Universidade NOVA de Lisboa. Participou em projetos de formação imersiva da Companhia de Música Teatral no ambito do Projeto GermInArte. Nos Açores, foi diretor musical de várias produções teatrais e criou espetáculos inovadores para bebés e crianças, como "Projeto Música Bebé!" e "Crescer com Música". Em 2019, completou o Curso de Desenvolvimento Profissional de Música para a Primeira Infância na Universidade, Filadélfia. É fundador da Musiquim - Associação Musicoteatral dos Açores e doutorando em Ciências Musicais na Universidade NOVA de Lisboa. A sua investigação centra-se no estudo da relação entre a consciência fonológica e as aulas de música.
O “índio Joãozinho” e a promoção da consciência fonológica? Contributos da Teoria de Aprendizagem Musical para a seleção de repertório
A investigação demonstra que a participação em aulas de música no pré-escolar tem impacto no desenvolvimento da consciência fonológica (Degé et al., 2011; Vidal et al., 2020). Nesta comunicação, explora-se os critérios de seleção dos material utilizados numa intervenção de 18 sessões, que contou com a participação de 48 crianças com 5 anos de idade residentes em S. Miguel, Açores. A seleção do repertório musical para esta intervenção baseou-se nos critérios defendidos pela Teoria de Aprendizagem Musical e na figura do professor compositor. Assim, propõe-se refletir sobre estes critérios e a forma como o professor compositor pode contribui tanto para a variedade musical da sua aula, como para a promoção do seu desenvolvimento musical e criativo.
PEDRO MIGUEL SANTOS
PEDRO MIGUEL SANTOS

Mestre e Licenciado em Composição, profissionalizado no Grupo de Recrutamento M29 (Análise e Técnicas de Composição), formador creditado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua. Lecionou, desde 1996-97, em diversas escolas do ensino artístico especializado e do ensino profissional de música. É professor na Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro e na Licenciatura em Composição da ESMAE (P.Porto). Como compositor escreveu para diversas formações instrumentais e vocais, participando também em projetos interdisciplinares, nomeadamente com dança. Como crítico de música erudita colaborou com o jornal Público e com o Espaço Crítica para a Nova Música do Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa. Realizou comunicações em conferências internacionais sob a temática da composição para coro infantil, publicando o capítulo "The interaction Choir-Orchestra in 'Ljus av ljus' by Karin Rehnqvist" no livro Choral Singing: Histories and Practices (Cambridge Scholars Publishers, 2014).
Quando o diálogo é escuta: a análise musical como meio de comunicação
Catarina Costa e Silva
Pedro Miguel Santos
A propósito das Suites e Partitas de J.S. Bach (1685-1750) promoveu-se o contacto entre estudantes dos cursos secundários de dança e de música e, concretizou-se um projeto interdisciplinar. Partindo da análise e da contextualização do repertório, comumente consideradas pelas Aprendizagens Essenciais das disciplinas de Música do Curso Artístico Especializado de Dança e de Análise e Técnicas de Composição do Curso Artístico Especializado de Música, os alunos desenvolveram pontos de diálogo para um objetivo comum: interpretar/criar este repertório em conjunto. Este projeto teve o repertório como ponto de partida, mas também como ponto de chegada, pois a propósito do seu estudo se produziu novo repertório (nomeadamente, a criação de solos coreográficos) e se atualizou a sua natureza coreomusical intrínseca.
RICARDO PEREIRA
RICARDO PEREIRA

Ricardo André Gomes Pereira é doutorando em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Com uma licenciatura em Performance e um mestrado em Ensino de Música, Ricardo possui 15 anos de experiência como músico e pedagogo. Atuou como diretor artístico em festivais de música e presidente da Associação Portuguesa do Trombone. Atualmente, integra o Remix Ensemble Casa da Música, onde se especializa em música contemporânea. A sua investigação foca-se na integração da música contemporânea no ensino instrumental, com o objetivo de fomentar a criatividade e o pensamento crítico nos estudantes.
A Integração da Música Contemporânea no Ensino do Trombone: Resultados Preliminares e Reflexões Pedagógicas
Esta comunicação explora a integração da música contemporânea no ensino do trombone, apresentando os resultados preliminares de uma investigação qualitativa realizada em várias regiões portuguesas. As entrevistas com os professores revelaram uma falta de familiaridade com técnicas e repertórios contemporâneos, mas destacaram a importância de atualizar o currículo para incluir essas novas abordagens. As análises dos questionários pós-audições mostraram que 72.5% dos alunos relataram uma mudança significativa na sua perceção sobre a música contemporânea após as audições. A maioria dos alunos (60.9%) acredita que a música contemporânea deveria ter um papel mais significativo nas aulas de trombone, indicando uma aceitação positiva e abertura para incorporar este género musical no currículo. Estes resultados sugerem que a inclusão de música contemporânea pode enriquecer a experiência pedagógica, promovendo a criatividade, o pensamento crítico e o envolvimento dos alunos.
Comunicações e workshops presenciais
Keynote
EVERT BISSCHOP BOELE
EVERT BISSCHOP BOELE

Evert Bisschop Boele studied Music Education in Maastricht and Ethnomusicology at the University of Amsterdam. He obtained his PhD from Georg-August Universität Göttingen (D) on the basis of a dissertation on the uses and functions of music in modern western society. He is currently professor of Arts Education at the Research Centre Art & Society of Hanze University of Applied Sciences Groningen. His research focuses on the fields of arts education – specifically the concept of ‘idiocultural music education’ – and everyday culture participation. Currently he researches the connection between music and place/home in music education.
Evert Bisschop Boele estudou Educação Musical em Maastricht e Etnomusicologia na Universidade de Amesterdão. Obteve o seu doutoramento na Georg-August Universität Göttingen (D) com base numa dissertação sobre os usos e funções da música na sociedade ocidental moderna. Atualmente, é professor de Educação Artística no Centro de Investigação Arte & Sociedade da Universidade Hanze de Ciências Aplicadas de Groningen. A sua investigação centra-se nos domínios da educação artística - especificamente o conceito de "educação musical idiocultural" - e da participação na cultura do quotidiano. Atualmente, investiga a ligação entre música e lugar/casa na educação musical.
Building a home for each of us. Music education as a homing practice.
Thinking about the music we use in our music teaching is crucial. The meaning of music is relational, arising from the entanglement between the music and the person, the ‘musicker’ as Christopher Small would say. The idea of entanglement gives rise to many interesting questions about musical repertoires, ranging from the operational question who chooses the music to the fundamental question about the ultimate goal of music education. In my talk, I will cover a broad range of questions about musical repertoires in education, using ideas from Donna Haraway (entanglement), Gert Biesta (subjectification), homing (Paolo Boccagni) and myself (idioculturality) as an inspiration.
Building a home for each of us. Music education as a homing practice.
É fundamental refletir sobre a música que utilizamos no nosso ensino da música. O significado da música é relacional, surgindo do emaranhamento entre a música e a pessoa, o "musicker", como diria Christopher Small. A ideia de emaranhamento dá origem a muitas questões interessantes sobre repertórios musicais, que vão desde a questão operacional de quem escolhe a música até à questão fundamental sobre o objetivo final da educação musical. Na minha palestra, abordarei um vasto leque de questões sobre repertórios musicais na educação, utilizando como inspiração ideias de Donna Haraway (emaranhamento), Gert Biesta (subjectificação), homing (Paolo Boccagni) e minhas (idioculturalidade).
Workshops
ANA PEREIRA
ANA PEREIRA

Ana Isabel Pereira é Professora Auxiliar na NOVA FCSH [Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade NOVA de Lisboa], onde coordena o Mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico e co-coordena, com Helena Rodrigues, a Pós-Graduação "Música na Infância: Intervenção e Investigação". É Professora Adjunta Convidada na ESELx-IPL [Escola Superior de Educação de Lisboa - Instituto Politécnico de Lisboa] desde 2015, trabalhando com futuros músicos comunitários, educadores e professores. Foi professora Adjunta Convidada na ESART [Escola Superior de Artes Aplicadas - Instituto Politécnico de Castelo Branco] entre 2021 e 2023. É investigadora do CESEM e tem como principais interesses de investigação o desenvolvimento e a aprendizagem musical ao longo da vida, a arte na infância, a música na comunidade, e a música e ambiente. Estudou Flauta transversal como instrumento principal, Canto e Órgão no Conservatório Nacional de Lisboa e gostava de aprender violoncelo. Ao longo dos anos, tem-se interessado — muito! — pelas questões da improvisação vocal e instrumental. Por ser apaixonada pelo trabalho com coros infanto-juvenis desde 1998, e sabendo o quão fundamental é “cantar mais” em grupo, frequentou, em 2024, o módulo 1 do Curso Vocal Leadership na Codarts, em Roterdão, à procura de revolução.
Raízes e Revolução: Para uma seleção de repertório vocal
Raízes, porque a nossa cultura (ou culturas) e todas as pessoas que cuidaram de nós e que por nós passaram desde a infância nos enraizaram em determinados géneros e estilos musicais. Há música que nos habita e faz parte da nossa identidade musical. Há música que habita os outros e que pode ou não coincidir com a nossa. Revolução, porque — para além “de se tirar o chapéu” à comemoração dos 50 anos do 25 de Abril — reflete a vontade de mudar, transformar, ou levar alguma coisa diferente (por ínfima que seja) para os nossos lugares musicais. Este workshop é um convite a experimentar canções que podem simbolizar raíz ou revolução. Usamos canções existentes e/ou compomos? Usamos canções com letra e/ou sem letra? Usamos canções em modos familiares e/ou não-familiares? Usamos métricas familiares e/ou não-familiares? Com base nestas questões e vivências musicais, procurar-se-á estimular uma reflexão conjunta sobre as canções que já habitam as nossas sessões de Música e sobre aquelas que poderão vir a habitá-las. Afinal, qual é a dieta musical cantante que pode ser adequada, em simultâneo, a cada um de nós e aos alunos com quem trabalhamos?
JOAQUIM BRANCO
JOAQUIM BRANCO

Professor de Formação Auditiva na Universidade de Aveiro e na Escola Profissional de Música de Espinho. Com base nas premissas da música improvisada tem criado e participado em inúmeros eventos, entre os formatos de aula, performance e workshop. Colaborou regularmente com a Companhia de Música Teatral em projetos de Música na Infância e integrou o Serviço Educativo da Casa da Música, “factor E”. É criador de software didático no âmbito da Formação Musical, na plataforma Max/MSP/Jitter, e outras. Muito crítico das práticas convencionais no ensino da Música e, especificamente, na disciplina de Formação Musical, tem realizado formação neste âmbito, em escolas, centros de formação e instituições artísticas, promovendo e incentivando uma nova abordagem da disciplina. Acredita nos poderes transformador, comunitário e de comunicação transcendente da Música, e procura integrar esses poderes no contexto de sala de aula, em particular, e no conceito de ensino de música, em geral.
Do repertório à criação: uma dinâmica pedagógica mediada pela audição ativa
Conhecer e aprender os elementos da música, dos mais simples aos mais complexos, rítmicos, melódicos, harmónicos, estruturais, a partir de exemplos musicais vivos, extraídos de repertório variado. Os ouvidos são uma porta de entrada: as músicas passam daí para o corpo, para os instrumentos; aí são realizadas, antes de serem pensadas – os pensamentos são depois nutridos por sensações, gestos, re-audições, quinestesia, emoções. Depois desenvolve-se: compõe-se, improvisa-se ou comprovisa-se. A solo ou em grupo. Este workshop demonstra algumas vias possíveis de conhecer e compreender elementos constitutivos da música, de modo prático, participativo, num processo a que chamo genericamente audição ativa.
MARCO SANTOS
MARCO SANTOS

Artista, criador e músico ativo há mais de 20 anos, tendo a bateria, percussão e composição como o seu instrumento principal. Durante os últimos 16 anos teve a sua base entre Holanda e Portugal, vindo a Portugal com regularidade para trabalhar com vários artistas ou projetos autorais e viajando pelo mundo dando workshops e concertos colaborando com vários artistas como: Sara Tavares, Lura, João Afonso, Luis Pastor, Doudou N'diaye Rose, Haay Sacksioni, Gilles Apap, Luis Pastor, Uxia Senlle, Rui Horta, Clara Andermatt, entre muitos outros… Com a sua versatilidade tem vindo a colaborar com vários artistas e festivais, no âmbito da música, dança e teatro abordando a música de várias perspectivas. Em paralelo tem se concentrado nas suas próprias criações e composições, lançando vérios álbuns autorais e em colaboração com outros. Recebendo a atenção do público e onde ganhou alguns concursos e nomeações de Jazz a nível internacional. É o fundador da United Art Movement (UartM www.unitedartmovement.com) com base na Holanda, criando um evento anual desde 2015 com o objetivo principal de promover a união de várias formas de arte num só palco, e assim elogiar a arte como a melhor ferramenta para unificar pessoas. Através do ritmo com movimento, promove o "Corpo" como o principal instrumento, dando formação para músicos, bailarinos e actores. É fundador também da Pulsar - Companhia do Corpo com base em Lisboa onde promove o diálogo entre a música, dança e teatro com um único instrumento - O Corpo (www.pulsarcompanhiadocorpo.com / https://www.instagram.com/pulsar_companhia_do_corpo/) www.marcosantosmusic.com
Pulsar - Corpo do Som: Um diálogo entre a música, dança e o teatro com um único instrumento: o Corpo, tendo o ritmo com movimento como ponto de partida.
Consciência do espaço, do silêncio, do corpo, do tempo que nos instigam os sentidos ao presente momento. A partir do Corpo como o principal instrumento, a percussão corporal é uma atividade que possibilita um aprimoramento significativo da educação, da voz artística, da dinâmica de grupo e pode ser utilizada como musicoterapia. A partir da ideia de que para fazer música não são necessários instrumentos, Marco Santos desenvolveu um método pedagógico no qual são desenvolvidas experiências musicais e sonoras, consciência de espaço (coreografia / dança) estimulando a liberdade de criatividade, expressão de sentimentos, (narrativa / teatro), pensamentos e muito mais, pois a música vem de dentro! A música, tão antiga quanto a humanidade, ativa mecanismos neurológicos profundos, altera o estado de espírito e pode até curar algumas doenças. É apenas uma sequência estruturada de sons, mas tem o poder de causar reações emocionais intensas. Neste contexto, Marco Santos explora o corpo como o principal instrumento musical, o ritmo com movimento como uma ponte para a dança, onde os movimentos sonoros ganham outra dimensão coreográfica. Em cada gesto existe um mundo de sentimentos, pensamentos e sons, mesmo que inaudíveis, e aqui pretende-se amplificar estes sons. Pois cada dança é uma celebração inspirada da vida.
SUSANA MAIA PORTO
SUSANA MAIA PORTO

Susana Maia Porto é Professora Adjunta no Instituto Politécnico de Portalegre, onde exerce funções docentes desde 1999/2000. Doutora em Ciências da Educação/Música pela Universidad de Extremadura (Cáceres), Mestre em Educação Musical pela University of Surrey Roehampton (Londres) e Licenciada em Ciências Musicais/Ramo de Musicologia pela Universidade Nova de Lisboa, formação que tem contribuído para o seu percurso profissional na área da docência e da investigação. No ensino especializado lecionou disciplinas de História da Música e Acústica Musical, foi professora de educação musical no 2.º Ciclo do Ensino Básico, e no Ensino Superior tem vindo a formar educadores artísticos, professores do ensino básico e educadores de infância. É autora de vários artigos científicos no âmbito da educação musical da criança.
Sobre a não convencionalidade: autenticidade e intencionalidade
Tenho um alguidar e uma bola. E agora, o que faço? .... Trazendo à discussão hodiernas abordagens que fogem ao ensino tradicional da música, objetiva-se escutar e construir sonoramente de modo a pensar novos reportórios para o ambiente educativo. Considerando como elemento basilar a vivência e a experiência estética, a qualidade e a diversidade de recursos tornam-se cruciais para uma educação musical efetiva e com significado. Novas sonoridades e novas formas compositivas rompem com uma escuta fácil e passiva e instigam a uma escuta ativa, ao sentido de descoberta - indubitavelmente inerente à criança -, à promoção do pensamento criativo e do pensamento crítico. Desviando o véu ao processo criativo iremos valorizar o timbre (ou não!), destronando relações melódicas, harmónicas e rítmicas (talvez!).
Apresentação do documentário | Cantar Mais Liberdade
CARLOS ISAAC
CARLOS ISAAC

Carlos Isaac, é realizador, diretor de fotografia e produtor executivo. Formado na Escola Superior de Teatro e Cinema em argumento e imagem, o seu trabalho é reconhecido na produção de documentários unitários e séries documentais com distribuição nacional e internacional, em festivais de cinema e em televisões e plataformas online. Depois de viver cerca de dez anos em Madrid, é a partir de Lisboa que desenvolve o seu trabalho com produtoras como a Blablabla Media, a Garden Films, a Bro ou a Torpedo Films. Até meio da juventude estudou guitarra clássica, tendo crescido rodeado pelas amplas referências musicais dos seus pais e avós, pelas tardes entre vinis e pelas passadas noites em salas de concerto ou em pequenos cafés-concerto de amigos dos pais. Esse contexto musical deixou-lhe uma forte herança que nos últimos anos tem explorado na conceção de documentários e séries de cariz musical, como é exemplo o filme "Cantar, Sonhar, Tocar" que apresentou no XVII Encontro Nacional da APEM.
Documentário Cantar Mais Liberdade
Com o projeto Cantar Mais Liberdade pretendeu-se viver e refletir os ideais do 25 de Abril nas escolas a partir da criação e composição coletiva de novas canções com cantautores em Residências Artísticas. 3 turmas de 2º ciclo em 3 escolas receberam 3 cantautores de gerações e estilos musicais diferentes e criaram 3 canções. A música - e especificamente a canção - é uma forma artística de expressar sentimentos, emoções e ideias. Cantar é o meio mais imediato e íntimo de relacionamento com a música. Com a voz se fala com a voz se canta. Muitas canções marcaram o 25 de Abril e tornaram-se símbolos dos seus ideais, contando muitas histórias e muitas vezes tornando-se até na própria História. O projeto Cantar Mais Liberdade, com curadoria do músico Vitorino Salomé, e com os músicos residentes, Ana Bacalhau, Carlos Guerreiro e João Afonso, pretendeu aliar a História da Democracia em Portugal às canções, aos processos de criação musical, às práticas artísticas e apresentações públicas, envolvendo alunos e cantautores em Residências Artísticas nas escolas em articulação com os professores das turmas. A inserção de um artista em ambiente escolar com a proposta de criação coletiva de uma canção a partir da reflexão com os alunos sobre os ideais do 25 de Abril - Democracia, Liberdade, Desenvolvimento, Descolonização, Paz – foi a missão do projeto Cantar Mais Liberdade. O processo artístico do projeto incluiu a realização de concertos nas escolas e a gravação das canções originais e a sua inclusão na plataforma digital Cantar Mais www.cantarmais.pt. O Cantar Mais Liberdade culminou com um grande concerto comemorativo no Fórum Lisboa no dia 26 em maio de 2024 reunindo os produtos das Residências Artísticas e um repertório selecionado de outras canções que foram cantadas pelas crianças e os cantautores e os seus músicos. O Projeto Cantar Mais Liberdade teve o apoio da: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril
Saiba mais sobre o projeto Cantar Mais Liberdade na seguinte página:
https://www.apem.org.pt/cantar-mais/liberdade/Workshop | Concerto final
RAQUEL COUTO
RAQUEL COUTO

Raquel Couto nasceu no Porto, em 1988. Desde cedo, os seus estudos no Curso de Música Silva Monteiro relacionaram-se com a área da música coral. Licenciou-se em Direção Coral, com o maestro Paulo Lourenço, na Escola Superior de Música de Lisboa. Com o objetivo de aprofundar os seus conhecimentos na área da pedagogia coral infanto-juvenil, foi participando em cursos e formações com os maestros Stephen Coker, Eugene Rogers, Paul Caldwell e Brett Scott (EUA); Werner Pfaff (Alemanha); Paul McCreesh, Greg Beardsell e Rachel Joy Staunton (Inglaterra); Elisenda Carrasco, Esteve Nabona e Basilio Astulez Duque (Espanha); Patrícia Costa (Brasil) e Maria Guinand (Venezuela). Frequentou, em 2012, o curso “Write an Opera”, na Royal Opera House, em Londres. Tem lecionado as disciplinas de coro infantil e juvenil em academias e conservatórios como a Fundação Musical dos Amigos das Crianças (Lisboa) e o Conservatório de Vila Real. Leciona na Academia e Escola Profissional de Música de Espinho, na qual dirige o Coro Crescendo e o Ensemble Vocal do Secundário.
Escolher, preparar, interpretar: outros cantos do canto
Os participantes irão experienciar um breve ensaio de coro, tal como se fossem os seus alunos. De jogos a aquecimentos, de repertório oral a escrito, será trabalhada alguma técnica vocal vocacionada para coros infantojuvenis. No final, faremos até um pequeno concerto!
Para submeter a sua proposta de comunicação, clique no seguinte link e preencha o formulário:
A APEM
A Associação Portuguesa de Educação Musical, APEM, é uma associação de caráter cultural e profissional, sem fins lucrativos e com estatuto de utilidade pública, que tem por objetivo o desenvolvimento e aperfeiçoamento da educação musical, quer como parte integrante da formação humana e da vida social, quer como uma componente essencial na formação musical especializada.
A APEM é membro do Conselho de Associações Profissionais da ISME - International Society for Music Education, EAS - European Association for Music in Schools e MEP Group - Music Education Policy Group
Cantar Mais
Saiba mais em:
http://www.cantarmais.pt/pt
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