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Editorial da APEMNewsletter - Setembro - 2020

APEMNews Setembro de 2020

O efetivo regresso às salas de música...

Na nossa última Newsletter, do ano letivo passado, já pensávamos no regresso às salas de música. Apesar de todos os imponderáveis, não estávamos longe do que se iria passar e as nossas sugestões chegaram aos sócios, às escolas e aos professores de música globalmente.

No início deste mês, enviámos a todos os agrupamentos escolares essas recomendações, reforçando as sugestões ao nível das práticas pedagógicas.

Evidentemente, cada escola é um caso e tudo deve ser adaptado aos respetivos contextos, evidenciando-se nessa adaptação uma maior ou menor sensibilidade à importância da realização de práticas artísticas e musicais nas escolas. Não há volta a dar.

Sabemos que nem todas as escolas puderam considerar o desdobramento de turmas, situação que seria ideal para a concretização do distanciamento exigido, mas sabemos de algumas que o conseguiram.

A máscara tornou-se o recurso protetor individual e obrigatório a partir do 5º ano de escolaridade, pelo que entrar na sala sem proteção é impensável, como referimos.

A reorganização da sala de música foi fundamental, ainda que nem sempre favorável às práticas artísticas e musicais que seriam desejáveis e normais noutros momentos. Aqui o lema é a não interação física próxima e nenhum contacto entre alunos e alunos e professores.

As investigações sobre a emissão de aerossóis na prática instrumental e vocal tem sido determinante para a elaboração de muitos planos de contingência que as escolas tiveram que criar e ainda bem. Porque é possível fazer música mitigando essas emissões. E não fazer música seria muito pior para a saúde mental e bem-estar de todos.

Muitas salas de música regressaram à organização por filas tradicionais de mesas e cadeiras para que os alunos estivessem todos virados no mesmo sentido. Esperemos, no entanto, que esta organização de sala, não seja desculpa para o ensino centrado no professor que fala e os alunos “ouvem”.

Sabemos também de escolas que nas suas novas rotinas vão envolver os alunos na desinfeção dos materiais e dos espaços que usam, o que só contribui para o desenvolvimento de uma cidadania colaborativa, solidária e responsável, mesmo que esta opção “roube” tempo a outras matérias do currículo.

Consideramos que, em qualquer contexto, estas aprendizagens para a vida em sociedade são essenciais tanto em contexto de pandemia como fora dele.

Entretanto, professores de música de todos os níveis e especialidades ensaiam e refletem sobre os melhores e mais adequados procedimentos e práticas pedagógicas.

O que se aprendeu em tempo de confinamento e ensino à distância terá que ser revisto e aprofundado para que as atuais limitações do ensino presencial possam ser, de alguma forma, ultrapassadas.

Relembramos os últimos pontos das nossas recomendações:

  • “Incluir na planificação das atividades musicais o recurso a plataformas, software e aplicações já usadas e com bons resultados para uma comunicação assíncrona (ver página de recursos web da APEM e do Plano Nacional das Artes, entre outras);
  • Planificar considerando que algumas atividades de performance musical podem ser gravadas pelos alunos para partilha em sala de aula e/ou enviadas ao professor;
  • Incluir nas planificações atividades de aprendizagem autónoma de modo a facilitar a gestão do grupo e a realização de atividades diferenciadas em pequenos grupos;
  • Adaptar instrumentos de avaliação às práticas pedagógicas adotadas e considerar a avaliação formativa no centro dos processos de ensino e aprendizagem.”

Regressar à escola seis meses depois, ainda numa pandemia sem fim à vista, com muitas nuvens cinzentas a pairar sobre a música na educação, não nos pode imobilizar nem fazer baixar os braços nem a voz!

Mais do que nunca a criatividade nos processos educativos e artísticos tem que ser trabalhada, desenvolvida e treinada. Sim, treinada. Temos que experimentar, arriscar, não ter medo de errar e tornar a fazer. Temos que conversar uns com os outros e apoiarmo-nos. Temos que refletir, temos que partilhar. As condições dos processos de ensino e aprendizagem são muito diferentes do início do ano letivo anterior, mas as aprendizagens que os professores tiveram que fazer, mesmo que forçadas, aumentou a sua capacidade de adaptação e de inovação. E isso não se pode perder, antes pelo contrário.

Desejamos um ano letivo cheio de inovações, partilhas e muita saúde!

Manuela Encarnação


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